Elementos

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Fim de Semana taurino - por Joaquim Estevens

Corridas de Lagoa e Garvão – 27 e 28 de Agosto de 2010.
Em noite de noite de intenso calor, actuou em Lagoa, o Grupo de Forcados Amadores de Beja, alternando com o Grupo de Cascais e bem assim com os Académicos de Elvas. Joaquim Bastinhas, Tito Semedo, Marcos Bastinhas e Verónica Cabaço, lidaram toiros de Varela Crujo, que se apresentaram bem compostos e fazendo jus à sua origem: bem rematados de peso, córneas bonitas e no geral, bravura q.b.
Porque o tempo é de férias e escasseia quer para os aficionados quer para o “escriba”, vamos procurar ser breves neste nosso apontamento, relatando aquilo que nos pareceu mais significativo neste fim-de-semana taurino.
Assim em Lagoa e ao terceiro da noite, foi Mauro Lança o forcado que tentou a pega, aquele que, quanto a nós foi o toiro mais complicado da corrida; cheio de força e sentido, arrancando-se sempre com muita pata, exigia atenção e cuidados redobrados às ajudas, que não estiveram no seu melhor. Parece maldição, porquanto já na corrida de 2009, o experiente Mauro Lança, foi também traído por alguma falta de “calo” das ajudas, que nem sempre põem como deveriam a “carne na grelha”. Mauro Lança, esteve sempre bem na cara do toiro, não obstante, as três tentativas falhadas: Concretizou à quarta, com o grupo a tentar redimir-se da fraca prestação do conjunto. Menção especial para o desempenho do forcado Miguel Lampreia.
O último da noite, tocou ao forcado Ricardo Castilho, que esteve em bom nível, citando com técnica e saber, viajou na cabeça do toiro bem fechado aguentando com firmeza os seus derrotes. Na primeira ajuda, eficiente, esteve o António Merino secundado pelos Luíses, Picanço e Eugénio. Miguel Nuno Sampaio, rabejou com estilo. Bom desempenho de todo o grupo neste particular, tendo em nosso modesto entender, sido esta a melhor pega da corrida.
Terminava assim mais uma participação do GFAB, numa corrida em praça desmontável, com assistência a cerca de três quartos, onde os Varela Crujo impuseram a sua força e raça, “brindando” os forcados com algumas mazelas, felizmente ligeiras, próprias do ofício mas que em nada impediram a sua deslocação à aficionada Vila de Garvão, no dia seguinte para mais uma Corrida!
Pelas dezoito horas de Sábado, dia 28 e sob um sol ardente, em praça os cavaleiros Tito Semedo, Ana Batista, Filipe Gonçalves e Verónica Cabaço, tal como o matador Sérgio Parrita. Lidaram-se cinco toiros da ganadaria espanhola Villa Lobillos, anunciados como poderosos. Para as pegas, além do Grupo de Forcados Amadores de Beja, também o grupo de Cascais.
Miguel Nuno Sampaio, saltou à arena para pegar o segundo da tarde, o que viria a concretizar à segunda tentativa, já que da primeira vez, citando bem não recuou da melhor forma, pelo que não conseguiu suster a forte investida do seu oponente: Tendo corrigido eficazmente, executou uma linda pega, bem fechado na cara do toiro, com uma boa primeira ajuda de António Merino. Luís Eugénio e Ricardo Soares, estiveram no ponto, tal como os restantes elementos do grupo que cumpriram com exactidão nos seus lugares, tendo José Maria Brito Paes rabejado com vigor e estilo.
No último da tarde, cabe aqui dizer-se que não entendemos bem a prestação dos peões de brega na colocação do toiro para a pega, fazendo-o deselegantemente e com alguma desfaçatez, de dentro da trincheira e quase por especial favor. Pelas características do toiro, o cabo Manuel Almodôvar, mandou à cara o jovem forcado Guilherme Santos, ajudado por Rodrigo Chaves, com a dupla “Riqui e Leiria” nas segundas. Luís Picanço e os irmãos Brito Paes, seguraram atrás. Guilherme Santos, citando bem, não conseguiu fechar-se devidamente, não obstante todo o grupo ter ajudado de forma correcta. Numa clara demonstração de que o Grupo não pretende recolher louros indevidos, o cabo, pediu e mandou repetir a pega, já que na primeira tentativa o forcado havia saído da córnea do toiro. Nota alta para o cabo, já que nem todos os aficionados se aperceberam do perfeitamente desculpável incidente, demonstrando com a sua postura e atitude que o Grupo de Forcados Amadores de Beja, está na festa dos toiros, com verdade e pela verdade, não se deixando intimidar ou envaidecer com falsos êxitos, por vezes tão tentadores e ali mesmo “à mão de semear”. À segunda tentativa, Guilherme Santos, concretizou com brio, aquilo que já havia prometido quando na primeira vez saltou à praça, com todo o grupo a dar conta do seu papel de forma brilhante.
Entrando-se na recta final da temporada, terceira do GFAB, pensamos que o mesmo tem sabido estar à altura das suas responsabilidades e que não tem de todo, defraudado as expectativas dos seus amigos e aficionados e está ganhando um lugar de relevo junto da crítica taurina. No próximo dia 4 de Setembro, estamos certos, muitos serão os que se deslocarão à simpática e castiça Vila de Cuba, para assistir a uma corrida séria com toiros Veiga Teixeira.
Obviamente, lá estaremos a acompanhar o Grupo de Beja: Para lá e até lá …. Sorte Moços!
Um abraço do Joaquim Estevens 29.08.2010.

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