Elementos

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Por Joaquim Estevens

De Santo Aleixo até Garvão.
Como se canta no fado do mesmo nome, chamam-lhe os saltimbancos por andarem de terra em terra, são alegres e são francos, definição que assenta na perfeição nos rapazes do Grupo de Forcados Amadores de Beja. Na passada Sexta feira, dia 26, as festas em honra de Nossa Senhora das Necessidades, em Santo Aleixo da Restauração, acolheram a XV corrida de toiros da Tomina. Uma vez mais, acompanhámos o GFAB, para presenciar um espectáculo cujo cartel incluía também o grupo de forcados da Póvoa de São Miguel. Curro de toiros, de aparência bem tratada (cremos que à mão) com bastante sentido da ganadaria Silva Herculano (Amareleja), saíram para os cavaleiros Joaquim Bastinhas, José Manuel Duarte e Tito Semedo. A participação dos capitaneados por Manuel Almodôvar, sem ser deslumbrante, foi aceitável, já que a pega do quarto da ordem, por Mauro Lança, valeu o prémio em disputa para a melhor pega. Ao segundo da noite, foi Olavo Baião, que à segunda tentativa consumou vistosamente com uma ajuda de muito brilho do forcado Luís Picanço. Mauro Lança, à primeira tentativa, citou de largo, recuando com experiência, aguentou-se na cara do toiro, com todo o grupo a fechar-se exemplarmente: Merecido aplauso. O último da noite, desconfiado e com muito sentido foi dado ao valoroso forcado Hugo Santana que se empregou com mestria mas que só a terceira tentativa consumou. O toiro, meio cabano (?) ou de córnea muito curta, não permitia ao forcado aquela prestação que lhe é habitual, retirando a cabeça no momento da reunião, nas duas primeiras tentativas, foi pegado em sorte sesgada no terceiro intento, com as ajudas a não facilitar qualquer insucesso. E assim se concluiu a deslocação do GFAB, contra algumas vontades, a uma terra do concelho de Moura e ai participando dignamente nos seus populares festejos: Em nossa opinião, uma vez mais, o grupo mostrou de forma nobre a sua valia, talvez por isso, haja pares que pretendem ofuscar o seu brilho e valor, esquecendo os sentimentos de amizade e fraternidade que deviam imperar entre os homens das jaquetas, qualquer que seja a sua origem ou antiguidade. Adiante e por aqui nos ficamos, dizendo só que as acções ou a falta delas, ficam e definem quem as pratica ou não!
O grupo de forcados amadores de Beja, pode orgulhar-se de possuir um vasto conjunto de elementos, o que lhe tem permitido aceitar corridas em dias seguidos. Esse facto, que já ocorreu este ano mais que uma vez, repetir-se-ia neste último fim-de-semana de Agosto: Sexta-feira, nocturna em Santo Aleixo da Restauração, Sábado às 18 horas em Garvão. Integrada nas festas de verão da freguesia, e na praça Dr. António Semedo, teve lugar a já tradicional corrida de toiros: Desta feita, os cavaleiros de alternativa João Moura e Tito Semedo, lidaram quatro animais da ganadaria Passanha, que ostentavam nas respectivas espáduas o número 8. Manuel Almodôvar e os seus rapazes encarregar-se-iam da tarefa das pegas. Complementaria o espectáculo e como manda o regulamento, o mais jovem cavaleiro da dinastia Moura, que devido à sua idade, actuou sob a designação de Variedades Taurinas, lidando um novilho toiro com apresentação e bravura, que em nada destoou dos seus irmãos.
Luís Barbio, com alegria e distinção, pegou à primeira tentativa, tendo a ajudá-lo João Graça. Luís Eugénio e Márcio Lança, secundavam, sendo que nas terceiras pontuavam João Fialho, André Estevens e Francisco Sampaio; a rabejar esteve sóbrio José Miguel Falcão. Perfeita prestação de todo o conjunto. N o segundo da tarde, animal que cedo se viu que humilhava demasiado, tentou Jorge Silva a pega, vindo a concretizá-la à terceira tentativa, evidenciando alguns problemas que os ajudas não conseguiam suprir, no momento da reunião. No terceiro da ordem e igualmente à terceira tentativa, concretizou Manuel Almodôvar a pega que carinhosa e sentidamente, brindou a seu pai. Contrariamente aquilo que desejaria, Manuel Almodôvar, não esteve bem na cara do toiro, recuando em ambas as vezes de forma menos correcta e sem o grupo a suster a pata do Passanha. Na terceira tentativa e com a preciosa ajuda dos segundas Luís Eugénio e Márcio Lança a pega consumou-se quase às tábuas, com António Merino a rabejar como é seu saber. Em atitude nobre, Manuel Almodôvar, foi aos médios entregar o seu barrete ao cavaleiro João Moura, recusando dar a volta à arena. O forcado João Fialho, continua a empolgar-nos: com a sua raça e humildade insiste em afirmar-se e testemunha ser um grande forcado, tais as brilhantes actuações que lhe temos visto e aqui temos narrado: esta vez não foi excepção e João Fialho, esteve bem, muito bem mesmo, pegando com determinação e saber, fechou-se na cara do toiro com técnica. As ajudas estiveram em “su sítio” com Augusto e Picanço a cumprir na perfeição o papel de segundas ajudas. Completaria a actuação do GFAB o jovem forcado Francisco Santos, que à segunda tentativa pegou o último da tarde. Muito embora, à primeira tentativa tenha saído da cara do novilho toiro e auto corrigindo-se antes da intervenção das ajudas, o cabo mandou repetir a pega, a qual concretizou com João Graça em primeiro ajuda, e Ricardo Soares e Castilho nas segundas.
Terminado que foi este fim-de-semana taurino, apraz-nos registar a boa e aceitável prestação do grupo pela forma como honrou e defendeu a sua jaqueta: Outra coisa não esperam os seus amigos e acompanhantes. Querendo continuar convosco, despedimo-nos como sempre, desejando revê-los na próxima corrida: Até lá e para lá… Sorte moços ……. Um abraço do Joaquim Estevens 28.08.2011

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