Elementos

sábado, 21 de novembro de 2009

Texto escrito por o Antigo Cabo Luis Moura


É com o grupo que o Espírito se me Refaz

Sinto que é meu, dei-lhe muito entreguei-me de facto, sinto-o com alma e paixão,
mas... sendo absolutamente verdade, não é tanto assim. Esta análise é um tanto irreal
por quanto, o "Grupo de Forcados Amadores de Beja" é de todos os que em todo o
tempo vestiram aquela jaqueta de ramagens e calção de anta com marca da nobre capital
do baixo Alentejo. Quando um Forcado se farda num grupo ama-o, quando ama, sente-o
como dele. Sem dúvida, o que tanto nos vangloriamos como sendo nosso – o Grupo – é
o mais expressivo estandarte desta região nacional, é o orgulho de todos nós.
Tive a felicidade de pegar touros e de comandar o distinto agrupamento, honrei-me pelo
feito, afinal, é com o grupo que o espírito se me refaz. Por ventura, seguiu-me os passos
em tal responsabilidade o estimado amigo e grande pegador de touros, João Caixinha,
desempenhou funções no comando com enorme dignidade, também ele, se entregou de
alma em coração, por isso, merece de todos nós, da população e dos aficionados em
geral um elevado apreço e estima. Os meus respeitos João.
No anterior dia l0 de Outubro, passamos um enternecedor dia revimo-nos, abraçamo-nos,
Convivemos e matamos saudades, mais... fardamo-nos enfrentámos os "negros",
quero dizer, enfrentaram eles porque o meu desempenho estava destinado na parte de
dentro da trincheira, depois de "galhardamente" me mostrar nas cortesias, se me faço
entender.
Quanto ao espectáculo em si, o festival taurino em beneficência de umas das mais
nobres instituições de caridade portuguesas, a "Cercibeja" decorreu e resultou com uma
extraordinária nobreza, foi um grande feito, como só grandes homens sabem fazer.
Enormes foram todos os artistas, instituições, pessoal de serviço, entidades oficiais e
outros, que eu nem sei dizer quantos e quem foram, todavia não vamos esquecer o
público que aceitou o evento desde a primeira hora. Pena foi que não tivesse esgotado a
lotação
Não é só na arena que há lealdade de cada um para cada outro, além das arenas, há a
sociedade, há o sentimento, há a benemerência, há humanidade e há gosto de gostar de
toda a gente que vive com carências de diversa ordem. Por bem, seja dito.
Porém, devo exaltar o bem organizado jantar, quiçá 300 pessoas sentadas às mesas, as
mesmas que o arrumo mais parecia um jogo de xadrez antes de dar inicio ao jogo, o
colorido dos vestidos das meninas e senhoras presentes destacava-se , as caras bonitas e
alegres, os rasgados sorrisos, enfim, a alegria era geral, o que deu num notório
"glamour".
.Não interessa para o caso o que se comeu, era tudo bom, e pronto! O que sei bem é que
provámos, comemos, repetimos e com vergonha parámos. Pudera!..' Com aqueles
sabores e odores e na companhia de tão bons e queridos amigos, quem sabia parar de
ânimo leve?! Foi muito bom saborear a delícia da convivência e constatar os resultados
positivos que a "Cercibeja" usufruiu. Pior, pior, pior de tudo foi enquanto a parte
vinícola, - viva... viva e taça arriba, hurra... hurra e de novo braços no ar e não terá sido
só isso a complicar, é que para mim havia por diante mais de 200km. de asfalto para
tragar. Pois é, mas tinha que se descobrir a imperfeição da natureza, a inconveniência do
estimulante álcool. Nem tudo pode ser perfeito. Sempre dá mais jeito a água mesmo
cristalina que seja!
Todos os amigos forcados me devem perdoar, mas não resisto em exaltar a qualidade da
mesa que me tocou em sorte, isto, não menosprezando a qualidade de outros que estava distribuídos pelas outras mesas, a considerar: José Pedro Faro, Joaquim Brito Paes, José Aurélio, Carlos Caixinha, José Miguel saturnino, Carlos Patrício Alvares(Chaubet), (antiga gloria do Grupo de Lisboa), Jesus Lourenço(antigo cabo do Grupo de Vila Franca), os dois últimos também era críticos taurino e eu, no entanto, no deixo de acentuar diversas visitas à mesa do “Menino d`ouro”, ou melhor, João Trincalhetas.
De facto, a mesa era de respeito.
Pretendendo ainda, e se quis queres favores, deixar uma palavra de apreço e incentivo ao actual cabo, Manuel Almodôvar. Tenho-o acompanhado mais à distancia do que a corpo presente, devido à natural distancia que nos separa, mesmo assim estou inteirado da mais-valia e capacidade do jovem comandante de homens, que hoje leva o Grupo, estou por dentro das potencialidades, do amor que disponibiliza e à responsabilidade que entretanto assumiu.

Dito isto e sem mais, resta-me desejar os maiores sucessos ao Grupo na generalidade, felicidades, saúde e alegria a todos os familiares e amigos. E como estamos a entrar na quadra natalícia, desejo o melhor para toda a grande família do “Grupo de Forcados Amadores de Beja”, e também que o próximo Ano Novo entre a satisfazer todos os anseios em geral. Estes, são francos e ardentes desejos do vosso amigo


Luís Moura

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