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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Crónica das Corridas do Fim de Semana/ por Sr Joaquim Estevens

Fim de semana taurino:

Bem pode dizer-se que o passado fim de semana, foi de intensa actividade para o Grupo de Forcados Amadores de Beja, já que, Sexta Feira a 6 e Domingo a 9 de Agosto, o Grupo pisou as arenas de Figueira de Cavaleiros e Beja.
A já tradicional Feira do Melão, realizada naquela freguesia do concelho de Ferreira do Alentejo, é um agradável certame de exposição e vendas de frutos da época, produzidos naquela região, na qual e muito bem, não faltam os mais variados e alegres convívios e parafraseando o adágio popular “não há festa nem dança onde não esteja D. Constança” e assim sendo, lá esteve e bem, inserida no programa dos festejos, a festa de toiros, a qual, como já bastas vezes tivemos oportunidade de afirmar é uma importante manifestação popular da cultura ibérica.
Cuidou a organização de montar um cartaz simpático, o qual, incluía a cavaleira Ana Baptista seguida dos cavaleiros Filipe Gonçalves e Marcos Tenório (Bastinhas Jrº), para lidar um curro de seis novilhos / toiros da ganadaria espanhola Millares (?) e
para cumprir a tarefa e função das pegas, os Grupos de Cascais, Cuba e Beja. Aguardava-se com natural expectativa este curro de toiros, porquanto se desconhecia a sua origem e linhagem: cumpriu no geral sem grandes evidências de casta e bravura.
Em atitude louvável e que daqui aplaudimos, o Grupo de Beja, dedicou a sua primeira pega ao grande aficionado bejense Luís Toucinho, figura grada do mundo tauromáquico (apoderado de vários cavaleiros de alternativa) e muito ligado ao Grupo de Forcados Amadores de Beja, no tempo em que era cabo João Marujo Caixinha. Após as palavras de circunstância, justamente dirigidas ao homenageado, o forcado
Ricardo Castilho, bem ajudado por Augusto Silva, pegou de forma vistosa e à primeira um animal de 460 Kgs. Em viagem na cabeça do toiro até quase às tábuas, aguentou de forma exemplar alguns derrotes, com todo o grupo a segurar e a aguentar bem: Miguel Nuno Sampaio, rabejou da forma possível (já lhe temos visto melhor em piores condições). Para fechar a actuação do Grupo de Forcados Amadores de Beja e bem assim a corrida, o forcado Hugo Santana fez jus ao valor e saber que vem demonstrando. Esteve bem a citar e bem no momento da reunião: consumou à primeira tentativa e sem grande dificuldade, uma pega que antes brindara ao seu colega e amigo, o forcado João Fialho, o qual, se encontra a recuperar de lesão sofrida na corrida da Vidigueira. Miguel Nuno Sampaio, teve neste toiro, oportunidade que aproveitou, para rabejar com muita graça e técnica.
Tudo corre bem quando acaba em bem e este foi o caso: Em Figueira de Cavaleiros os forcados de Beja não terão tido uma noite de glória com um retumbante êxito, mas tiveram com toda a certeza, uma actuação digna de menção honrosa e fortemente motivadora para todo o grupo e seus devotos acompanhantes, já que, se aproximava o dia 9 de Agosto e por todas as razões e mais algumas o moral devia estar em alta.
Há um ano por esta altura, dizíamos que a Praça José Varela Crujo estava para o Grupo de Forcados Amadores de Beja, como o Cabo da Boa Esperança esteve na altura para os navegadores portugueses. Estamos em crer que a analogia não pecou por excessiva, já que foi importante a apresentação do Grupo na praça maior da nossa terra e, iniciou-se a partir de então, uma nova e mais dura etapa na sua vida.
Comemorando-se o 1º Centenário da praça, a qual, é desde 1988, designada por Praça José Varela Crujo, pelas razões que todos conhecemos, era justo e esperado que os Amadores de Beja, fizessem parte integrante do cartel da corrida comemorativa.
A empresa fez anunciar “Um Cartel de Luxo a Não Perder: Seis cavaleiros, três grupos de forcados e Seis Imponentes Toiros”. Sendo a adjectivação da responsabilidade da organização, apresentaram-se em praça os cavaleiros de alternativa, António Telles, Rui Salvador, Tito Semedo, Marco José, Filipe Gonçalves e António Brito Paes, acompanhados das respectivas quadrilhas. Da ganadaria António Silva, chegou um curro de seis animais com boa apresentação, presença e peso a rondar os 500 Kgs, que no seu geral, cumpriu de forma colaborante, não causando aos forcados problemas de difícil resolução, porquanto quase todos os animais se manifestaram de investida pronta e franca. Os Grupos de São Mansos, Cuba e Beja completaram pela ordem devida as lides dos cavaleiros.
Como atrás se referiu, o Grupo de Forcados Amadores de Beja, vinha duma corrida com força anímica e com garra para defender com dignidade o seu nome, pretendendo rubricar uma actuação meritória.
Um toiro, apresentado com 515 Kg de bom aspecto e com córnea larga, lidado pelo cavaleiro de Ourique, coube ao forcado Mauro Lança, que o pegou à segunda tentativa de forma alegre e vistosa, onde foi importante o papel do primeiro ajuda, Alvaro Sampaio. A pega foi executada à segunda tentativa, porquanto à primeira, o toiro não foi fixado devidamente, arrancando-se solto para o forcado, característica que haveria de manter na tentativa seguinte, mas que o forcado corrigiu com brilho e talento. Num gesto bonito e digno de registo, esta pega foi dedicada, no dizer do forcado, a todos os antigos forcados do Grupo de Beja.
Num curro que se apresentou de forma geral colaborante, dócil e com nobreza, ditou o sorteio, que o último da noite com cerca de 470 Kg., para o cavaleiro Brito Paes, fosse a excepção, evidenciando alguns problemas, quer no cavalo quer no capote, não raras vezes, refugiado em tábuas. O forcado Alcides Cochilha, entendeu chegada a sua hora deixar a forcadagem, pelo que saltou á arena com toda a raça, disposto a fazer uma pega que deixasse lembrança na sua despedida. Um toiro difícil e com o forcado várias vezes a pisar-lhe os terrenos, arrancou-se tardiamente e de forma violenta, tendo o forcado aguentado fortes derrotes, quase na eminência de uma aparatosa saída, não fossem as ajudas sábias e eficazes de Rui Saturnino, Augusto Silva e Luís Fonseca. José Maria Brito Paes, rabejou de forma vistosa e com saber. Estamos em crer que Alcides Cochilha despiu a jaqueta da melhor forma, mas não se despediu: O Grupo de Forcados Amadores de Beja não deixa; a sua experiência, aliás, como a de outros, é muito importante. Parabéns Alcides … até sempre!
Bom, este fim de semana taurino, como lhe chamámos de inicio, já terminou: Em jeito de balanço e sem vaidade ou falsa modéstia, pensamos que o Grupo cumpriu…mas outros fins de semana taurinos se avizinham e parafraseando alguns treinadores de bancada: prognósticos só no fim do jogo! Quanto a nós e como sempre temos dito: Não há corridas fáceis; Há corridas e há que encarar todas com o mesmo sentido de responsabilidade. Até lá e para lá:
Sorte moços ………… Um abraço do Joaquim Estevens !

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