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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Crónica da corrida da Vidigueira

2ª Grande corrida Vila dos Gamas – Vidigueira .

Anunciou-se e realizou-se ao décimo primeiro dia de Julho, pelas dezanove horas, a segunda grande corrida, intitulada de Vila dos Gamas e integrada na Feira de S. Tiago, daquele concelho e da simpática vila alentejana: Vidigueira.
António Telles, Vítor Ribeiro e Ana Baptista, repartiram entre si a função da lide a cavalo, já que para as pegas, os forcados de S. Mansos, Cuba e Beja, compunham o cartaz. Saíram à arena, seis toiros com ferro da ganadaria S. Martinho: É hoje frequente, usar-se a expressão: todos diferentes, todos iguais. Foi quase isso que se presenciou na Vidigueira; animais de pelagem clara, com carne e peso e no geral, com boa apresentação, mas quase todos a descambar para a mansidão e pouca nobreza, mais interessados no capote e nos forcados, obrigando os cavaleiros a redobrados empenhos para a distribuição e colocação das respectivas ferragens. O cavaleiro de Coruche, António Telles, muito embora as deficiências dos seus opositores, cumpriu e sacou as lides possíveis, já que não teve à sua disposição matéria prima que lhe possibilitasse uma actuação como já muito lhe temos visto. Menção honrosa para Victor Ribeiro, no seu primeiro e segundo da tarde, que ao cravar dois ferros curtos de elevado nível em sorte frontal, toureou com musica e escutou fortes aplausos. A cavaleira Ana Baptista, esteve nos dois que lhe tocaram em sorte, com valor e arte: Toureou e encantou, particularmente, no último da tarde, no qual rubricou uma actuação de elevado gabarito, à qual e por certo não é alheio, o voluntarismo e à vontade do seu cavalo Irmãos Serrano.
Da Vidigueira, saíram nomes grandes e que muito brilharam a pegar toiros nos mais variados grupos de então, cabendo aqui lembrar os forcados António Maltez, José Maltez, António Mendes Pinto, José Pedro Faro, Carapeto Madeira e Armando Vidigueira (outros terão havido certamente e que não nos ocorrem de momento): Assim sendo, a Organização da Corrida, muito justamente, instituiu e pôs e disputa, um prémio para a melhor pega: TROFEU ANTÓNIO MALTEZ, forcado de referencia, cujo valor se encontra gravado na memória dos aficionados mais velhos de todo o Alentejo.
O Grupo de Forcados Amadores de Cuba, por intermédio do jovem Célio Santos, conquistou merecidamente este prémio, não obstante, ter consumado e finalizado a pega à segunda tentativa: citou de largo, com alegria e saber, sendo ajudado por todo o grupo de forma correcta e eficiente.
Cumprindo-se por ordem de antiguidade dos Grupos em praça, ao Grupo de Forcados Amadores de Beja, couberam o terceiro e sexto da tarde, lidados pela cavaleira Ana Baptista. O forcado Olavo Baião saltou à arena para tentar pegar o primeiro do Grupo de Beja: Tarefa nada fácil, mas que viria a concretizar após a terceira tentativa em sorte sesgada e com ajudas bastante carregadas. A pega foi de recurso, porquanto o animal resguardado em tábuas era tardo na investida. Alvaro Sampaio a ajudar, estando bem, não teve tarefa fácil: Nas segundas, Augusto Silva e Rui Saturnino dão confiança ao grupo e não facilitam. Para último da tarde e cumprindo o sorteio, estava guardado um falso manso: animal que desde cedo se manifestou com maldade e sentido, deixando logo antever que a sua pega, tanto poderia ser de antologia e de glória, como de tristeza e infortúnio. João Fialho, saltou à arena, citando de largo …. meia praça …. a dar a primeira ajuda, distante, esteve Jeremias Lencastre: Ambos com saber e valor na cara do toiro, não conseguiram segurar a sua investida, a qual foi muito violenta, despejando de forma aparatosa cara e ajuda na primeira tentativa, com incapacitação do forcado Jeremias, que recolheu à enfermaria. Com um animal desta estirpe, as coisas tenderiam a complicar-se para qualquer grupo, à medida que se fossem frustando as tentativas de pega e o sangue frio começasse a faltar; infelizmente assim aconteceu: João Fialho não conseguiria o seu intento, vindo igualmente a recolher à enfermaria. O forcado Mauro Lança, corporizando toda a vontade e garra do grupo, concretizou a pega, com as ajudas a cumprirem o seu papel. Ficou-nos a impressão, como atrás se disse, que a pega desta toiro poderia ter sido a pega da tarde, caso o toiro, tivesse seguido a linha do grupo e não tivesse desviado após ter “despejado” o primeiro ajuda: Infelizmente, assim não aconteceu, sentiu-se com a cara aberta e procurou fazer mal.

Em nossa modesta opinião, pensamos que não sendo de desejar situações como as que vivemos (todos vivemos) na Vidigueira, há que estar preparados para elas e procurar retirar das mesmas, todos os ensinamentos possíveis, para que no futuro, mais facilmente se superem as dificuldades. Não há estrada que não tenha o seu bocado de mau caminho… pensamos que o Grupo não pode nem deve desanimar, tem forcados com mérito e valor para os próximos embates: Lá estaremos !

Para o João Fialho e para o Jeremias, um grande abraço e os nossos melhores votos para que rapidamente voltem ao nosso convívio, e para todos os outros e já que se avizinham corridas de responsabilidade, para lá e até lá ….. Sorte Moços !
Igualmente um abraço do Joaquim Estevens.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pega do Olavo:

http://videos.sapo.pt/g7dQCzDlubz5uyRnMtrf

Tentativa do João/ Dobra do Mauro:

http://videos.sapo.pt/4WZbrufhFtklWdonOeCb


André Estevens