Elementos

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Texto de final de temporada



Grupo de Forcados Amadores de Beja

Mais uma época, terminou 2010.
Uma época de resultados inconstantes. Mas pegámos 12 touros em quarenta e oito horas, fomos ao Campo Pequeno e pegámos uma média de corridas que, para este ano de crise e menos espectáculos tauromáquicos, nos deixa bem colocados face aos grupos com quem, saudavelmente, disputamos um lugar no mundo dos touros.
Estivemos bem, atrevo-me a dizer, muito bem às vezes, também houve momentos em que as coisas podiam ter estado melhor. É assim, como na vida, se calhar é assim que estão todos os grupos, podemos melhorar mas maus e bons momentos vamos ter sempre.
Podemos melhorar, vamos melhorar.
Foi uma boa temporada. Inevitavelmente tivemos lesões e este é sempre o aspecto mais lamentável de tudo o que nos pode acontecer. O mais importante para este grupo de amigos – amigos antes forcados depois – é a integridade física de quem cá anda connosco. As lesões aparecem sempre e desta vez, ainda que não sendo nada de realmente grave, algumas ainda perduram. É caso do Miguel Lampreia, do Augusto Silva, do José Miguel Falcão e do Rui Saturnino.
Todos vos desejamos melhoras rápidas e permanentes. Dizem os mais velhos que daqui a uns anos, nos dias em que muda o tempo, é que vamos ver o que cá andámos a fazer durante estes anos.
Das primeiras vezes que ouvi isto perguntei: “Mas se soubesse que ia ficar mais tarde com esses joelhos doridos e essas costelas magoadas tinha deixado de ser forcado?”
A resposta é sempre a mesma: “Nem pensar nisso!”
O Rui Saturnino já não se vai fardar. Mas não se foi embora. Nem ele nem nenhum dos outros, estão tão presentes como quando estavam ombro a ombro, connosco, na praça e na arena. Os forcados são forcados até ao fim da sua vida. Não estão ali fisicamente mas ficam eternamente no nosso coração. Estarás sempre ao nosso lado Rui, obrigado por seres quem és!
Fizemos o que há muito não via num grupo tão novo. Nem todos acreditavam que seria possível. Mas foi. Mostrámos que queremos ser um Grupo de Forcados. Eu acho que mostrámos que já somos um Grupo de Forcados.
Este ano começámos um pouco tarde. As Câmaras e as Juntas de Freguesia tiveram dificuldade em apoiar e ficaram por realizar algumas das corridas que estavam programadas. Para o ano não vai ser mais fácil, bem antes pelo contrário, a crise está aí. Mas Portugal tem 900 anos e a Festa Brava umas boas centenas. A crise há-de passar e nós cá vamos estar, no lugar que soubermos merecer.
Cada vez mais nos chegam rapazes que querem começar connosco. Alguns já vingaram com resultados muito positivos. É gratificante ver chegar malta nova. É sinal da nossa vitalidade como Grupo, é sinal que a festa está para durar, é o rasto da falta que fazemos. Ficamos a saber que este trabalho não é em vão e que há quem queira dar continuidade a esta bonita historia, hoje e no futuro, em Beja.
Nem todos conseguem imediatamente. Não desistam. Trabalhem mais, nos treinos. Não é nas corridas que começa a temporada, é nos treinos. Pegar touros exige esforço, físico e mental. Preparem-se fisicamente. Esse é o primeiro passo para se estar à vontade nesta actividade. Não somos jogadores de futebol mas temos de nos sentir bem no nosso corpo.
Este ano pisámos arenas com as quais ainda não contávamos. Ir ao campo Pequeno foi uma honra para nós. Devemos-lo ao nosso estimado amigo Dr. António Raul Brito Paes. A ele e a toda a sua família, com uma palavra especial para a nossa querida Madrinha, os nossos agradecimentos. Muito obrigado por tudo.
Pegar seis touros em Beja, aqui na nossa praça era um sonho que não pensaríamos realizar já este ano. Aconteceu, não foi talvez o melhor espectáculo em que já participamos mas alguma coisa menos conseguida não foi da nossa responsabilidade. Antes pelo contrário. Fomos uma vez, outras se sucederão, aquela é a nossa casa.
Houve dias tristes e dias alegres mas há momentos que ficam para sempre. Só, nós, vimos a partir da arena, o público que nos esperava no Campo Pequeno, que nos arrepiou e comoveu, sabe que isso faz parte das coisas que nunca mais esqueceremos. Por muitas vezes que lá formos aquele foi um momento único e inesquecível. Nós precisamos das pessoas que nos acompanham, não se arrependam de nos seguirem. A vossa presença é preciosa, o vosso apoio é o nono homem que salta connosco para a arena.
Os “antigos” – não me levem a mal chamar-lhes assim – continuam connosco. O tio João, o Tio Ni e todos os outros. Estejam connosco. Nós, mesmo quando não o dizemos, precisamos de vocês. O Grupo não é só quem cá está, somos todos nós, vocês também.
Sabemos que o respeito que tivermos pela memória daquilo que vocês foram, será a consideração que alguém vai ter no futuro por aquilo que nós somos hoje.
Obrigado a todos. Até para o ano, até sempre.
Que Deus nos abençoe TODOS
PARABÉNS AO GRUPO DE BEJA
Um abraço
Manuel Almodôvar

4 comentários:

Anónimo disse...

ja se sabe mais ou menos quando vai ser o jantar de natal?

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=v5jNr0qfiTw

metemos a pega do riki no youtube
abraço guilherme

João Ferreira disse...

Naquela parte em que dizem os mais velhos que daqui a uns anos, nos dias em que muda o tempo, é que vamos ver o que cá andámos a fazer durante estes anos.
Confirmo plenamente!!!
Mas a resposta é sempre a mesma: “Nem pensar nisso!”...
Parabéns ao Grupo de Beja, grande abraço!!!

Anónimo disse...

Malta ja vou tendo saudades, passo os dias a pegar toiros nos corredores ca de casa.. abraço guilherme