Elementos

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Crónica da Corrida de Viana do Alentejo por Joaquim Estevens

Apontamento sobre a Corrida de Viana do Alentejo
É impossível falar de Viana do Alentejo sem falar do majestoso e imponente santuário, implantado nas redondezas da vila, em honra de Nossa Senhora d’Aires: Existem várias lendas ou opiniões sobre as origens deste importante monumento de estilo barroco, que ocupa lugar de destaque no culto Mariano. Fiquemo-nos então, pela história mais recente, a qual nos parece ser a mais conforme com a actualidade, já que, são inúmeros os actuais visitantes ai levados, como então, pela sua fé. Cerca de 1740, grassando no Alentejo uma enorme epidemia de peste, as forças vivas da época e da região, prometeram à Virgem Senhora d’Aires, festividades caso a maleita desaparecesse, o que felizmente veio a acontecer. Debelada a doença e por gratidão à Senhora, realizaram-se festejos e arraiais durante três dias. Rapidamente e por toda a provincía e não só, se propagou a devoção, levando a que a cada ano que passava, maiores fossem os festejos com o consequente incremento, cada vez maior, de actividades mercantis, relacionadas com a envolvente social e económica do meio.
Viana do Alentejo é uma importante região agrícola, sendo a agro pecuária, um importante pilar económico para o concelho: É notório o elevado interesse pelas actividades equestres e tauromáquicas, que se manifesta por todo o concelho ao longo do ano. Assim e como atrás se refere e integrada nas festividades, romaria ou Feira, a que o povo há muito chama da Nossa Senhora d’Aires, realizou-se a 3ª Grande Corrida da Associação Equestre de Viana do Alentejo.
Na tarde de Domingo, com o Outono a pedir meças ao Verão em matéria de temperatura, para lidar seis novilhos / toiros, do ganadeiro Nuno Casquinha (Vila Franca de Xira), apresentaram-se os cavaleiros Luís Rouxinol, Victor Ribeiro e Filipe Gonçalves: Os Grupos de forcados de São Manços, Cuba e Beja, completaram o cartel. Estiveram em disputa dois troféus; respectivamente para a melhor lide e para a melhor pega. O antigo forcado, Agostinho Borges, dirigiu a corrida com saber e precisão.
Pelos cavaleiros, Victor Ribeiro, mereceu o voto favorável do júri: para os forcados essa distinção foi para o grupo de São Mansos. Pensamos que o publico e aficion presentes, aceitaram as decisões dos júris, as quais, não nos compete e nós discutir ou ajuizar.
Para o grupo de Beja, saiu o lote que tocou em sorte ao cavaleiro Filipe Gonçalves, que deu aos toiros a lide apropriada ás características evidenciadas: toureou com emoção e vigor, cravando com alegria em sortes frontais, deu vantagem aos toiros, executando em praça os seus já habituais e discutíveis adornos de equitação tauromáquica. Miguel Nuno Sampaio, que brindou a sua pega ao cabo fundador, João Marujo Caixinha , em dia de aniversário, não foi feliz à primeira tentativa, porquanto, não recuou quanto e como devia, pelo que não conseguiu suster o forte derrote do toiro: Logo de seguida, corrigida a postura e recuando com calma e determinação, bem fechado de braços e pernas, concretizou em segurança, devidamente ajudado por Álvaro Sampaio. Neste particular, houve algumas deficiências nas ajudas, que não primaram por chegar totalmente a tempo: Em nosso modesto entender, achamos que só a forma como Miguel Nuno se fechou, salvou e permitiu a consumação da pega. O cabo Manuel Almodôvar, entendeu, e bem em nossa opinião, testar e confiar aos mais novos a tarefa de ir à cara dos toiros nesta corrida; assim, Eduardo Morcela que já havia feito “uma perninha” com êxito na sua apresentação em Aljustrel, coube a tarefa de pegar o último da tarde, um picarso com o número 208, nascido em 2006. Dada a sua juventude, esteve à frente do toiro, com um misto de timidez, querer e valentia, que lhe permitiu consumar à primeira tentativa uma pega, com uma excelente primeira ajuda de Augusto Silva: Se a Miguel Nuno Sampaio, o grupo não esteve a ajudar no seu melhor, o mesmo não se pode dizer, na pega de Eduardo Morcela, onde a reunião foi pronta, firme e coesa. Em qualquer das pegas, foi vistosa a actuação do forcado António Merino, que rabejou com saber e precisão.
Sob o olhar protector de Nossa Senhora d’Aires, realizou o Grupo de Forcados Amadores de Beja, a sua 17ª Corrida da temporada de 2009: Confessemos sem falsa modéstia, que tal feito é motivo de justificado orgulho e satisfação para todos quantos andam nestas lides e vos acompanham desde a primeira hora. O evento que o Grupo se prepara para realizar e bem assim as razões que o determinam, decerto, muito irão contribuir para cimentar a amizade entre as gerações dos forcados do Grupo de Beja e bem assim mostrar a solidariedade de todos, numa causa tão nobre e humana, como é a Cercibeja.
Para rever amigos de outros tempos e para vos acompanhar como sempre, lá estaremos, “recordando velhas glórias”: Até lá …. E para lá ….. Sorte Moços !Um abraço do Joaquim Estevens. 28.09.2009

Sem comentários: