Elementos

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Crónica da Corrida de Ferreira

Corrida de Ferreira do Alentejo: Feira Anual 2009.
Em tarde cinzenta e com meia casa forte, o Grupo de Forcados Amadores de Beja, teve actuação meritória e digna de registo. Aos forcados Hugo Santana e José Miguel Falcão coube a missão de pegar, respectivamente, o terceiro e sexto da tarde, lidados pelo cavaleiro Tito Semedo. Saiu à praça um curro da ganadaria espanhola, El Madroñal , composto por animais de três anos, com alguma apresentação, sendo que a bravura e nobreza não era o seu forte. O forcado Hugo Santana, a pegar na sua terra, concretizou à primeira tentativa uma pega com bastante valor técnico: esteve com à vontade e saber, fazendo jus ao valor e aptidão que vem demonstrando. Hugo Santana, o nosso popular “moldavo”, é o exemplo fiel da determinação e querer: Pela forma como tem evoluído e pela sua postura, estamos convictos, que a este forcado serão atribuídas cada vez mais responsabilidades.
A José Miguel Falcão, aquele forcado com alma e valor que este ano já teve por missão, dobrar com êxito alguns colegas, tocou em sorte, seguramente, o pior animal do lote: manso e desde cedo refugiado em tábuas, não permitiu ao cavaleiro qualquer brilho, procurando a todo o transe sair de lide. Se Tito Semedo, pouco ou nada conseguiu perante um opositor sem casta e abastardado, também ao nosso “Fazinha” lhe foi recusada aquela pega alegre e vistosa que dele se esperava; refugiado, colado à trincheira, nada respondeu aos vários sites do forcado e bem assim às tentativas de capote para sair ou ser colocado em sorte. A matéria prima era deficiente, pelo que José Miguel Falcão, teve que ensaiar uma pega que se pode chamar de recurso : Em sorte sesgada e com ajudas carregadas consumou com êxito.
Em qualquer das prestações, o grupo esteve coeso com realce para as primeiras ajudas de Alvaro Sampaio a Hugo Santana e de Augusto Silva a José Falcão. No final da corrrida foi notório o semblante de satisfação e alegria em todo o Grupo de Forcados Amadores de Beja. Esta corrida foi a todos os níveis uma excelente jornada, parecendo-nos que todos os elementos do grupo recuperaram força anímica e confiança para superar eventuais dificuldades que possam surgir neste final de época.
Avizinham-se duas corridas, com significados bem distintos para o Grupo: Viana do Alentejo, pela competição que se espera entre grupos e Beja pela particularidade de pegar seis toiros em solitário, na presença de grande número de antigos forcados do Grupo de Beja. Estamos certos que o Cabo Manuel Almodôvar, terá arte e engenho à altura de fechar com a chave de ouro, o segundo ano de vida do renovado Grupo de Forcados Amadores de Beja.
Agora que a época se aproxima do seu terminus e pelo que vimos ao longo destes dois anos, podemos afirmar que o Cabo Manuel Almodôvar e os rapazes do Grupo de Forcados Amadores de Beja, podem justamente aspirar a outros patamares mais elevados, porquanto, o caminho que têm trilhado sempre foi marcado com dignidade e humildade, predicados, infelizmente tantas e tantas vezes esquecidos.
O historial de um grupo é feito de corrida a corrida na conjugação perfeita de todos os seus elementos, quer na arena, quer na trincheira, quer na bancada, e tal como já aqui várias vezes temos referido, não há corridas fáceis ou de pouca responsabilidade e todos os elementos são importantes e a todos compete honrar com dignidade e nobreza , quer na praça quer fora dela, a jaqueta do Grupo de Forcados Amadores de Beja, o qual, se pretende continue a ser uma família e uma escola de valores.
Porque vivemos intensamente este espírito fraterno, sem o qual, dificilmente nos entenderíamos, acompanhar-vos-emos até Viana do Alentejo, implorando a Nossa Senhora D’Aires, para lá e até lá ……Sorte Moços ! Um abraço do Joaquim Estevens !

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